Saturday, April 08, 2006

"Quando se azula o rio e brilha"

Porto

Alameda das Fontainhas

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Varandas


É na varanda que os poemas emergem

Quando se azula o rio e brilha

O verde-escuro do cipreste — quando

Sobre as águas se recorta a branca escultura

Quasi oriental quasi marinha

Da torre aérea e branca

E a manhã toda aberta

Se torna irisada e divina

E sobre a página do caderno o poema se alinha



Noutra varanda assim num Setembro de outrora

Que em mil estátuas e roo azul se prolongava

Amei a ida como coisa sagrada

E a juventude me foi eternidade



Sophia de Mello Breyner Andresen

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